7/01/2015
6/29/2015
4/27/2015
KARATE-DO POR CHOJUN MIYAGI
Por ocasião do 40º aniversário da introdução do estilo Goju-Ryu em Portugal, na companhia do Amigo e Engenheiro Eduardo Lopes (praticante de Goju-ryu Seigokan), metemos mãos à obra e o resultado foi este livro que compila e colige todos os textos conhecidos do Mestre Chojun Miyagi, traduzidos integralmente pela primeira vez em português.
Para além as traduções o livro comporta algumas notas contextualizadoras e explicativas que o tornam num útil auxiliar de todos os particantes do nosso estilo.
Em apêndice introduziu-se, ainda a tradução da reunião dos Mestres de Okinawa em 1936, na qual a designação Karate-Do foi finalmente adoptada no berço do Karate e as interessantes memórias de um antigo e pouco conhecido aluno de Miyagi Sensei, Genkai Nakaima que com ele treinou desde 1923.
Para visualizar a notícia do mesmo no blogue oficial da Seigokan, pode carregar aqui.
Editado pela Bubok, que igualmente assegura a sua comercialização é, cremos, uma interessante maneira de celebrar a efeméride do Goju-ryu em Portugal.
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História do Karate Goju-ryu,
Livro
3/20/2015
3/10/2015
1/01/2015
ENSAIO HISTÓRICO SOBRE O KARATE-DO, ARTE MARCIAL DE RYUKYU
Sob a designação Ensaio histórico
sobre o Karate-Do, arte marcial de Ryukyu[1], publicamos, pelo
seu inegável interesse histórico, o essencial de um importantíssimo e pouco
conhecido texto do Mestre Chojun Miyagi, nunca antes publicado integralmente em português. Este
texto, foi apresentado pelo fundador do estilo Goju-Ryu, sob a designação Ryukyu Kenpo Karatedo Enkaku Gaiyo[2], numa conferência/demonstração
que lhe fora solicitada, subordinada ao tema Sobre o Karatedo e que teve lugar no dia 28 de Janeiro de 1936, no
Meiji Shoten em Sakaisuju (Osaka/Japão).
O texto ora vertido para português é-o a partir da versão inglesa
disponibilizada pelo meu amigo Sensei Kiyotaka Yamada no seu interessante sítio
Sanzinsoo's Okinawan GojuryuKarate (© Sanzinsoo) e traduzido para
português com a sua expressa permissão. As notas que acompanham o mesmo, da
minha responsabilidade, pretendem complementar, explicitar ou contextualizar situações
referidas no texto e contribuir ainda mais para o carácter pedagógico deste
interessante e sucinto texto, quase em forma de resposta a oito perguntas
distintas.
Ensaio histórico
sobre o Karate-Do, arte marcial de Ryukyu
1. Prefácio
O que é o Karate? É a arte pela qual cultivamos a coragem
exercitando a mente e o corpo para melhorar a nossa saúde diária, mas também,
em caso de emergência a arte de defesa pessoal sem armas. Na maior parte dos
casos lutamos com o nosso corpo – mãos, pés, cotovelos, etc. Todavia, nalguns
casos, de acordo com as circunstâncias, poderemos também usar armas (tais como
o Bo, Sai, Nunchaku, Tonfa, Weeku[3],
Kama, etc.).
A generalidade das pessoas não entende o Karate. Quando
observam alguém a partir cinco tábuas de madeira ou algumas telhas com os seus
punhos, pensam que tal é o aspecto essencial do Karate. É claro que tal não
constitui uma parte essencial, mas apenas algo trivial. Tal como noutras artes
de combate, a verdade do Karate ou o Tao do Karate, é algo que só se domina num
nível muito elevado, muito para lá dos ensinamentos e eventualmente indescritível
por palavras, mas que vagamente poderemos designar como conhecimento.
2.
História do Karate-Do de Ryukyu
A designação “Karate”
é um termo especial em
Ryukyu. Karate deriva do chinês kungfu. Existem poucos livros
sobre a origem do kungfu chinês, portanto não podemos concluir de modo
claro, mas de acordo com uma teoria, as artes marciais tiveram origem na
Ásia central e áreas circundantes da Turquia no momento do desenvolvimento das
antigas civilizações. Foram depois gradualmente introduzidas na China. Existe,
porém, uma outra teoria que defende uma origem chinesa há 5.000 anos atrás,
quando o kungfu se originou no período do Imperador Amarelo[4], que
foi responsável pela edificação de uma brilhante cultura nas margens do rio
Amarelo. De qualquer modo, não é difícil imaginar que o protótipo das artes
marciais tenha nascido do espírito de combate inerente à natureza humana. Por
exemplo, a maior parte dos estilos de kungfu chinês derivaram da mimese da luta
de animais ou pássaros. Podemos observá-lo nos nomes dos mesmos: Estilo do
Tigre, Estilo do Leão, Estilo do Macaco, Estilo do Cão, Estilo do Grou, etc. O
kungfu chinês dividiu-se entre as escolas do Sul e do Norte. Mais, cada escola
dividiu-se entre Neijia e Waijia. A característica de Neijia é fundamentalmente
a suavidade, sendo uma arte de combate defensiva. O kungfu Wudang[5] é
típico de Neijia. A característica de Waijia é fundamentalmente a dureza, sendo
uma arte de combate agressiva. O kungfu Shaolin, criado no templo de Shaolin,
na montanha de Songshang, província de Henan, é típico de Waijia. Mais tarde,
na época das dinastias Tang[6] e
Song[7],
podemos encontrar relatos de muitos guerreiros kungfu no auge do seu sucesso.
3.
De como as artes marciais foram introduzidas em Ryukyu?
Quando investigamos como o Karate foi introduzido em
Ryukyu, deparamo-nos com várias opiniões desprovidas de fundamentação
histórica. Não chegámos, ainda, a uma conclusão correcta sobre este assunto.
Existem três teses fundamentais, a saber: “Os trinta e seis imigrantes
chineses”, as “Notas de Oshima” e a “Importação no período Keicho”. A explicação
simples de cada uma destas teses é a que se apresenta.
1 – “Os trinta e seis imigrantes chineses”
Em 1392 (durante a dinastia Ming na China), trinta e seis
chineses oriundos da província de Fujian aportaram a Ryukyu, tendo, então,
introduzido o karate naquelas ilhas.
2 – “Notas de Oshima”
Em 1762 um navio mercante do reino de Ryukyu foi apanhado
por um forte temporal a caminho de Satsuma[8], e
deu à costa em Oshima, Tosa[9]. Dos
sobreviventes, Shiohira Pechin, um oficial de alta patente do navio e pessoa de
elevada craveira intelectual, foi recolhido e auxiliado por Choki Tobe, um
intelectual de Oshima. Foi Tobe quem escreveu as interessantes histórias de
Shiohira acerca do reino de Ryukyu. As suas notas são conhecidas pelas “Notas
de Oshima”. No terceiro volume afirma-se “Koshankun, um guerreiro kungfu, veio
da China para Ryukyu, acompanhado dos seus discípulos”. De acordo com as
“Notas”, nesse período as pessoas designavam as artes marciais por
“Kumiaijutsu”, em vez de Karate. Estas notas constituem a fonte mais fiável da
literatura sobre Karate.
3 – “Importação no período Keicho”
Em 1609 (14º ano do período Keicho), o clã Shimazu de
Satsuma invadiu o reino de Ryukyu, proibindo a utilização e posse de armas
pelos habitantes locais. Alguns defendem que o Karate surgiu espontaneamente
devido à cruel opressão dos Satsuma. Outros insistem que o karate não foi uma
criação doméstica mas algo importado da China.
Penso que é razoável considerar que o Karate resultou de
uma fusão de artes marciais chinesas e do “Te”, uma arte marcial nativa já existente,
desta fusão resultou o desenvolvimento notável do Karate, desenvolvimento que
continua racionalmente nos nossos dias. Possuímos algumas diferentes opiniões
sobre as origens do Karate, mas são apenas pouco mais que erradas concepções
populares, a que não valerá a pena prestar demasiada atenção. Como
anteriormente afirmei, até ao momento não possuímos nenhuma certeza definitiva
e convincente. De qualquer modo e o que é importante é que o Karate se desenvolveu,
se modificou e melhorou durante longos anos.
4.
O universo do Karate no passado
Não sabemos igualmente a origem exacta da designação “Karate”,
mas é seguro que o nome “karate” é de recente criação. Antigamente era apenas denominado
“Te”. Desde sempre a sua prática era secreta e o mestre apenas ensinava algumas
Kata avançadas, de entre as várias, ao seu melhor discípulo. Se, porventura,
não possuísse nenhum discípulo apropriado, não as ensinaria a ninguém e
eventualmente tais Kata acabariam por desaparecer. Daqui resultou terem
existido muitos Kata cujo conhecimento não foi transmitido. Em meados do
período Meiji (1868-1912), porém, os mais proeminentes mestres de Karate
aboliram o velho método do ensino secreto. O Karate foi aberto ao público, sendo
rapidamente reconhecido e aceite pela sociedade. Foi o início do raiar do
desenvolvimento do Karate. Em concordância com um rápido crescimento cultural,
o Karate foi igualmente reconhecido como uma benéfica prática de educação
física e rapidamente adoptado como uma das disciplinas escolares. Assim,
finalmente o Karate ganhava a aprovação social.
5.
De como ensinamos Karate na actualidade
De acordo com a história oral, no passado, o ensino de Karate
baseava-se nas técnicas de defesa pessoal. Sob o lema de “nunca atacar primeiro
no karate” (Karate ni sente nashi),
os professores mostravam aos seus alunos os aspectos morais. Todavia, sublinhei
que na realidade, tendiam frequentemente a negligenciar tais princípios morais.
Assim, gradualmente o ensino foi evoluindo e melhorando com o passar dos
tempos. Actualmente abolimos a errada tradição do chamado “corpo primeiro e
mente em segundo lugar”, e evoluímos no sentido do Tao das artes de combate ou
seja na verdade do Karate. Eventualmente atingimos o lema “a mente antes do corpo”
o que significa que Karate e Zen são o mesmo. Tal leva-nos a esperar que o
Karate receba o acolhimento de uma verdadeira arte marcial.
As pessoas qualificadas que se dedicam ao ensino de Karate
na prefeitura de Okinawa e fora dela, são no presente (em ordem arbitrária):
Na prefeitura de Okinawa:
Kentsu Yabu[10],
Chomo Hanashiro[11], Chotoku Kyan[12],
Anbun Tokuda[13], Juhatsu Kyoda[14],
Choshin Chibana[15], Jinsei Kamiya[16],
Shinpan Shiroma[17], Seiko Higa[18],
Kamado Nakasone[19], Jin-an Shinzato[20],
Chojun Miyagi[21]
Fora da prefeitura de Okinawa[22]:
Gichin Funakoshi[23],
Choki Motobu[24], Kenwa Mabuni[25],
Masaru Sawayama[26], Sanyu Sakai, Moden
Yabiku[27],
Jizaburo Miki[28], Yasuhiro Konishi[29],
Shinji Sato, Mizuho Mutsu[30],
Kamesuke Higaonna[31],
Shinjun Otsuka[32], Shin Taira[33],
Koki Shiroma[34], Kanbun Uechi[35].
Existem várias opiniões acerca dos Ryu, ou estilos de Karate,
em Ryukyu, mas são apenas suposições desprovidas de qualquer investigação ou
evidência. A respeito deste assunto sentimo-nos verdadeiramente como se estivéssemos
a tactear no escuro.
De acordo com uma opinião popular entre elas, poderíamos
dividir o Karate em dois estilos; Shorin-Ryu e Shorei-Ryu. Insistindo-se que o
primeiro é apropriado para pessoas fortes e o segundo para indivíduos menos
fortes. Contudo, estas opiniões já provaram ser falsas devido a diversos
estudos. Entretanto existe apenas uma opinião em que podemos acreditar. É a
seguinte: em 1874 (dinastia Quing ou Ching na China) os nossos antepassados
herdaram um estilo de kungfu da província de Fujian na China que trouxeram para
Okinawa em 1889, continuaram os seus estudos aperfeiçoando-o e formaram o
Goju-Ryu Karate[36].
7 As características fundamentais do Karate
Alguns pontos importantes do Karate.
(1) Não é necessário um espaço
demasiado amplo para a prática do Karate.
(2) O Karate pode ser praticado
sozinho, ou em conjunto com um grupo de praticantes.
(3) Não é necessária a prática
de muitas horas.
(4) Pode-se escolher a Kata
adequada à própria força física e praticá-la independentemente da idade e do
sexo.
(5) Sem grande dispêndio de
dinheiro, pode-se praticar Karate com equipamento simples (tal como Makiwara)
ou sem ele.
(6) O Karate é extremamente
eficaz como meio de cultivar a saúde. Existem muitos karatekas saudáveis e de
grande longevidade.
(7) Resultante do treino do
espírito e da mente, pode-se cultivar o carácter e adquirir um espírito
indómito.
8.
O futuro do Karate-do
Os dias em que o Karate-jutsu (arte do Karate) era
ensinado de um modo secreto haviam acabado, e chegavam os tempos da nova era em
que a prática e o estudo do Karate-do (a via do Karate) se tornavam públicas e
oficiais. Assim, o futuro do Karate afigura-se brilhante.
Aproveitando esta oportunidade, devemos deixar de
publicitar o karate como sendo uma arte marcial quase mágica e misteriosa de
umas pequenas ilhas chamadas Ryukyu. Devemos abrir o Karate ao público e
escutar as suas críticas, opiniões e estudos de outros proeminentes artistas
marciais. No futuro devemos inventar protecções completas com vista à prática
de torneios de Karate seguros, para que, tal como outras artes marciais, o Karate
se possa tornar numa das artes marciais japonesas[37].
Nos nossos dias o Karate-do já se tornou popular no
Japão, onde muitos o estudam afincadamente. Em particular em Tóquio e Osaka,
e do norte de Hokkaido até à meridional Taiwan[38]. Mesmo
fora do Japão, o Karate-do suscita um entusiasmo incrível.
Existe um homem que se graduou na Universidade de Tóquio e que agora propaga e estuda Karate-do na Europa[39]. Constata-se
um vivo entusiasmo pelo Karate no Hawaii. Em Maio de 1934, fui convidado pela
comunidade de Okinawa e por uma empresa jornalística, para divulgar e ensinar Karate-do
no Hawaii (EUA). Desde então estabeleceram-se no Hawaii clubes de Karate[40].
Como anteriormente referido, o Karate-do, transformou-se não apenas numa arte
marcial japonesa mas numa arte marcial internacional[41].
9.
O método de ensino no Karate
Cada pessoa possui um carácter distinto, o seu
desenvolvimento muscular é diferente consoante o seu ou a sua utilização muscular.
Assim, inicialmente, começamos por “Exercícios preparatórios” para desenvolver
os músculos de modo a podermos praticar Karate de modo mais fácil, seguidamente
praticamos “Kata fundamental”, “Exercícios suplementares”, “Kaishu Kata” e
“Treino de Kumite”. Ensinamos Karate deste modo. Cada aspecto do seguinte modo:
(1) “Exercícios preparatórios”
Exercitamos cada músculo do nosso corpo de modo a
potenciar a sua flexibilidade, força e endurance, então praticamos as Kata
fundamentais, nomeadamente Sanchin, Tensho e Naifanchi[42].
Realizaremos de novo após a Kata os exercícios fundamentais para relaxarmos os
nossos músculos. Realizaremos seguidamente exercícios respiratórios e um breve
repouso.
(2) “Kihon Kata”[43]
Sanchin, Tensho e Naifanchi são as Kata fundamentais.
Através da sua prática atingiremos uma postura correcta. Inspiraremos e
expiraremos de modo correcto. Podemos igualmente ajustar o aumento ou
diminuição do nosso poder de modo harmonioso. Desenvolveremos um físico
poderoso e uma poderosa vontade de guerreiro.
(3) “Exercícios suplementares”
Estes exercícios permitir-nos-ão aprender e executar
correctamente os Kaishu Kata. Exercitaremos cada parte do nosso corpo através
de um movimento particular. Praticamos igualmente com variados equipamentos
para aumentar a nossa força global e particular.
(4) “Kaishu Kata”[44]
Actualmente possuímos cerca de vinte ou trinta tipos de
Kata, com nomes variados consoante os seus criadores. Cada Kata possui técnicas
defensivas e ofensivas encadeadas de modo apropriado. Possuem movimentos em
várias direcções e assemelham-se vagamente a ginástica. Devemos praticar Kata
usando o poder da mente e do corpo de acordo com os seus propósitos técnicos de
modo a podermos aprender os princípios de desamarrar e amarrar.
(5) “Treino de Kumite”
Ao segmentar a Kaishu Kata que aprendemos, estudamos as
técnicas de defesa e ataque nelas contidas. Tentamos compreender o seu
propósito técnico, praticamos técnicas de ataque e defesa com espírito
combativo como numa situação real.
Sumariarei da seguinte forma. Induzimos a interacção da
mente e do corpo a partir das Kata fundamentais - Sanchin, Tensho e Naifanchi.
Desenvolvemos o espírito das artes marciais através da aquisição das técnicas
de combate através das Kaishu Kata e do correcto treino de Kumite.
É este o notável texto que agora apresentamos aos
portugueses, neste ano em que se comemoram os 40 anos de introdução no nosso
país, interessados no estudo das artes marciais e que nos foi legado pelo
Mestre Chojun Miyagi na década de 30 do século passado. Um texto notável pela
clareza, notável pela visão sobre o futuro da modalidade que encerra e
sobretudo notável pela sua modernidade.
[1] Esta é a
designação do sub-arquipélago do qual Okinawa é a ilha principal.
[2] O texto então apresentado nunca foi publicado em vida do autor e aparece
somente, como artigo suplementar, em dois livros: Okinawano Karatedo, de Shoshin Nagamine (1975, Shinjinbutsu
Oraisha), do qual existe edição inglesa, e Okinawaden
Gojuryu Karatedo, de Eiichi Miyazato (1979, Jitsugyono Sekaisha).
[3] Ekku, o remo foi
utilizado como arma, naturalmente desenvolvido por pescadores. A parte lateral
do remo pode ser utilizada em técnicas de corte, revelando-se uma arma prática
e de grande poder destrutivo. É muito usado em Katas avançadas de Kobudo.
[4] Trata-se do
imperador Huang-Ti, ou Huangdi, do século XXVII a.C. É vulgarmente considerado
como o fundador da civilização chinesa e o seu período conhecido pelo
desenvolvimento de várias actividades entre as quais a mais antiga forma de
escrita chinesa.
[5] O Taichi por
exemplo.
[6] De 618 a 907 d.C.
[7] De 960 a 1279 d.C.
[8] Na actual
prefeitura de Kagoshima, no extremo sul da ilha de Kyushu.
[9] Na actual
prefeitura de Kochi.
[10] 1863-1937
(Shorin ryu), aluno de Sokon Matsumura e Yasutsune Itosu. Terá sido o eventual
introdutor do Karate nos EUA.
[11] 1869-1945
(Shorin ryu), aluno de Sokon Matsumura e Yasutsune Itosu.
[12] 1870-1945
(Tomari te – Shobaiashi), aluno de Kokan Oyadomari.
[13] 1886-1945
(Shorin ryu), aluno de Yasutsune Itosu.
[14] 1887-1968 (To’on
ryu), aluno de Yasutsune Itosu e Kanryo Higaonna.
[15] 1885-1969
(Shorin Kobayashi ryu), aluno de Yasutsune Itosu.
[16] 1894-1964
(chegou a praticar Goju-Ryu); distinguiu-se, porém, como Mestre de Kobudo/Sai.
[17] 1890-1954
(Shorin ryu), aluno de Yasutsune Itosu.
[18] 1898-1966 (Goju
ryu), aluno de Kanryo Higaonna.
[19] Genwa Nakasone
1895-1978 (Shito-ryu).
[20] 1901-1945. Aluno
a quem Chojun Miyagi eventualmente pretenderia legar a continuação da escola.
Morreu na Batalha de Okinawa. Após 1945, era frequente ouvir o lamento de
Miyagi: “Ah, se ao menos Jiru (como chamava a Jin’an Shinzato) fosse vivo, poderia
morrer em paz”. É, como se vê, o único aluno directo de Miyagi que ensinava,
então, Goju-Ryu. Na realidade, Seiko Higa, embora também treinasse com Miyagi
havia ele próprio sido aluno de Kanryo Higaonna.
[21] 1888-1953 (Goju
ryu), aluno de Kanryo Higaonna.
[22] Refere-se,
fundamentalmente, ao que os habitantes de Okinawa designam por Japão
continental ou simplesmente Japão, numa clara demonstração cultural de que a
unificação política das ilhas de Ryukyu nunca foi completamente assimilada. De
notar que os dados relativos aos instrutores fora de Okinawa se revelam mais
escassos e que Chojun Miyagi, em 1936, não faz qualquer referência a Gogen
Yamaguchi que nos seus livros sempre afirmou ter aberto o seu Dojo na
Universidade de Ritsumeikan em 1930 e no ano seguinte ter sido pessoalmente
designado pelo Mestre Miyagi como “successor da escola de Karate Goju Ryu”
acrescentando que o Mestre lhe dissera “nada mais tenho a ensinar-lhe”. Na
realidade, cada vez mais a filiação de Yamaguchi junto de Miyagi se esboroa tanto
mais que o Mestre jamais ensinou por longos períodos fora de Okinawa. Mais
pensamos que este escrito afasta, definitivamente, tal afirmação. Acresce que,
nesse ano, nem sequer a designação de Goju-Ryu era porventura empregue, como
adiante referiremos.
[23] 1868-1957
(Shotokan), aluno de Yasutsune Azato e Yasutsune Itosu.
[24] 1870-1944
(Motobu ryu), autodidacta, ocasionais lições de Yasutsune Itosu e Sokon
Matsumura.
[25] 1889-1952 (Shito
ryu), aluno de Kanryo Higaonna e Yasutsune Itosu.
[26] 1906-1977
(Nippon Kempo).
[27] 1878-1941
(Shotokan), aluno de Gichin Funakoshi.
[28] Nisaburo Miki,
japonês que aprendeu Karate em Okinawa, publicou em 1930 o livro Kempo gaisetsu.
[29] 1893-1983
(Shinto Jinen ryu).
[30] Mizuho Takeda
1898-1970 (Shotokan), aluno de Gichin Funakoshi.
[31] 1905-1968
(Shotokan), aluno de Gichin Funakoshi.
[32] Nome de Okinawa
para Hironori Otsuka 1892-1982 (Wado-ryu), aluno de Gichin Funakoshi.
[33] Shinken Taira
1897-1970 (Shotokan), aluno de Gichin Funakoshi mas sobretudo Mestre de
Kobudo/Bo.
[34] Aluno de Kanryo
Higaonna.
[35] 1877-1948
(Uechi-Ryu),alunode Zhou Zihe.
[36] A designação
Goju-Ryu Karate só foi registada na Dai Nippon Butoku-Kai em 1933. Sabemos que
nas demonstrações realizadas no Japão em 1930 ainda Jin-an Shinzato
classificara, à falta de nome que então o seu Mestre não utilizava, o seu
estilo de “Hanko ryu”.
[37] Trata-se, sem
dúvida, de uma notável visão sobre a evolução do Shihai Kumite e da expressão da procurada aceitação no conjunto das artes do Budo..
[38] Então ocupada
pelo Japão.
[39] Embora não
saibamos a quem se refere em concreto esta informação é de extrema importância
porquanto, habitualmente, se vem atribuindo a Henri Plee a sua introdução no
continente europeu por volta de 1948.
[40] A criação do
primeiro clube de karate – Hawaii Karate Seinenkai – parece datar de 1933,
anterior um ano, portanto, à presença de Chojun Miyagi. Não é estranha a
presença desta arte marcial nessas ilhas onde desde 1900 chegaram os primeiros
habitantes de Okinawa aos EUA. Nos anos vinte essa comunidade atingia já um
número próximo dos 20.000 habitantes.
[41] No texto
completo original que não nesta tradução o Mestre Chojun Miyagi acrescentava:
“Em 1904, f oi decidido que o
Karate faria parte do programa de educação física da escola elementar de Shuri.
Esse foi o primeiro grupo de intrução da história do Karate. Em Abril de 1906
estabeleceram-se clubes de Karate nas escolas da prefeitura de Okinawa, no
liceu commercial municipal de Naha e na escola da prefeitura de Okinawa. Na
mesma época estabeleceram-se clubes de Karate nas escolas de agricultura,
técnica e de pescas de Okinawa. Em 1922, o Karate foi introduzido na academia
de polícia de Okinawa e foi oficialmente registado como material de estudo
regular no mesmo plano que as demais artes marciais japonesas como o Judo e o
Kendo. Em Março de 1926 foi fundado o Clube de Karate de Okinawa. Em 21 de
Novembro de 1930 foi integrado na Sociedade Atlética de Okinawa e torna-se num
departamento desta organização. A “Dai-Nippon Butoku Kai” regista o Karate como
arte marcial japonesa em 26 de Dezembro de 1933. Do mesmo modo no Japão vários
clubes de Karate foram igualmente fundados em várias escolas desde 1924.
Enunciarei igualmente os eventos
honoríficos que tiveram lugar no mundo do Karate: em 10 de Março de 1921,
Hirohito, actual imperador do Japão, então príncipe, a caminho da Europa
aportou a Okinawa e assistiu à nossa demonstração de Karate na escola dos
professores de Okinawa; em Maio de 1925 o príncipe Chichibu no Miya assistiu a
uma demonstração de Karate nessa mesma escola quando aportou a Okinawa no
decurso da sua viagem a Inglaterra; em 1930 karatekas participaram numa
demonstração de artes marciais japonesas por ocasião da abertura do festival do
Templo “Meiji Jingu” em Tóquio; em Maio de 1932 uma demonstração de Karate teve
lugar durante o festival de Saineikan; em Abril de 1933 os príncipes Fushi no
Miya e Kuni no Miya visitaram Okinawa com uma frota da Marinha Imperial
Japonesa, nós tivemos a grande honra de lhes demonstrar o Karate.”
[42] Naifanchi,
é uma kata do estilo de Shuri-te caracterizada por movimentos laterais e
técnicas naturais de respiração. A ideia básica reside no facto de que o poder
exercido durante a inalação é desperdiçado, ao invés o executado antes da
expiração é eficaz. A técnica de respiração e a força encontram-se directamente
relacionados. É suposto desenvolver a capacidade de permitir ao que o momento
prático coincida com o momento do ataque canalizando a força do interior para o
exterior. O objectivo da kata é o treino do corpo, da força espiritual, da
preserverança e da resistência ao treino severo, por isso é a pedra basilar do sistema
Shuri-te. Esta kata, tanto quanto é do nosso conhecimento foi, por motivos
desconhecidos, abandonada pela escola de Goju-Ryu.
[43] Katas
fundamentais.
[44] Kata para além
das fundamentais (Sanchin, Tensho e Naifanchi); katas avançadas.
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